domingo, 16 de março de 2008

big bang

te vi naquele dia e senti na hora que o cerco se apertava. nossa amizade de anos, teus namorados, tantos, com os quais eu trocava palavras sem graça e nada mais, tuas amigas que pareciam inimigas de nosso destino. porque somente eu conhecia o futuro avistado em sonhos e masturbação. tua foto que inspirava o gozo e me lembrava há quanto tempo não te via. essa resposta me vinha em números exatos de cento e trinta e sete dias sem sol. nosso abraço de "oi" foi caloroso, te abracei forte e tentei te segurar. escapou. a conversa que era como se ainda nos víssemos todos os dias. teus peitos continuavam lindos querendo escapar pelo decote, tua boca me chamava, ainda, enquanto você falava qualquer coisa que não ouvia, um sorriso lindo, os dentes branquinhos e pequenos, os lábios sem batom, a língua molhada que você colocava pra fora quando fazia alguma brincadeira sem graça. te puxei com a desculpa de contar segredos. e não era isso mesmo? preferi não usar palavras. somente encarei teus olhos tão negros naquele rostinho branco, confusos, quentes, então te abracei, colei rosto a rosto e busquei tua boca, e encontrei, e venci a resistência. foi inevitável. as línguas se encontravam como se soubessem os caminhos, era urgente, profundo, guardado, explodia. meu pau latejava e eu te apertava contra mim, então encontramos um canto mais escondido e logo trepávamos como se o fim de tudo estivesse anunciado. e não estava? ao menos o fim de tudo como conhecíamos.

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